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Lobos mutantes de Chernobyl desenvolvem resistência ao câncer 

Sistema imunológico desses animais mostra mudanças semelhantes às que ocorrem em pacientes em recuperação da doença
Por History Channel Brasil em 29 de Fevereiro de 2024 às 13:05 HS
Lobos mutantes de Chernobyl desenvolvem resistência ao câncer -0

Em 1986, a explosão do reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl causou o maior acidente nuclear da história, liberando uma quantidade mortal de radiação que resultou em milhares de vítimas. A área ao redor foi evacuada, mas animais continuaram a viver por ali. Agora, cientistas descobriram que os lobos da região sofreram uma mutação excepcional.

Exposição à radiação

A equipe de pesquisadores, liderada por Cara Love, bióloga da Universidade de Princeton, estudou gerações de lobos que estiveram vivendo na zona de exclusão de Chernobyl. Usando colares GPS especiais armados com dosímetros de radiação, “obtemos medições em tempo real de onde eles estão e a quanta [radiação] estão expostos”, disse Love. Assim, eles descobriram que os animais são expostos a mais de 11,28 milirrem de radiação todos os dias durante toda a sua vida, mais de 6 vezes o limite de segurança legal para o trabalhador humano médio.

Lobos

Ao contrário dos lobos que vivem exclusivamente fora da zona de exclusão, Love descobriu que os animais da espécie que vivem em Chernobyl têm sistemas imunológicos alterados, semelhantes aos de pacientes com câncer submetidos à radioterapia. E o mais promissor é que ela identificou regiões específicas do genoma do lobo que parecem resilientes ao aumento do risco de desenvolver câncer. 

A maioria das pesquisas em humanos indica que mutações genéticas aumentam o risco de câncer. Mas o trabalho de Love espera identificar mutações protetoras que aumentem as chances de sobreviver à doença. Isso pode dar esperança para o desenvolvimento de tratamentos futuros contra a enfermidade.

Fontes
The Society for Integrative and Comparative Biology
Imagens
iStock