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Micronovas: descoberta de novo tipo de explosão estelar surpreende pesquisadores

Fenômeno tem a capacidade de queimar quantidades abismais de matéria em somente algumas horas
Por History Channel Brasil em 29 de Abril de 2022 às 13:51 HS
Micronovas: descoberta de novo tipo de explosão estelar surpreende pesquisadores-0

Usando o conjunto de telescópios VLT, do Observatório Europeu do Sul, um grupo de cientistas conseguiu observar um novo e importante tipo de fenômeno estelar: a micronova. Trata-se de uma explosão que aparece sobre a superfície de algumas estrelas, e tem a capacidade de queimar quantidades abismais de matéria em somente algumas horas. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Nature.

Explosões termonucleares em estrelas

“Descobrimos e identificamos pela primeira vez o que estamos chamando de micronova”, afirmou Simone Scaringi, astrônomo da Universidade de Durham, no Reino Unido, que liderou o estudo. “O fenômeno desafia nossa compreensão de como ocorrem as explosões termonucleares em estrelas. Pensávamos que sabíamos como elas funcionavam, mas esta descoberta propõe uma maneira totalmente nova de alcançá-las”, completou.

Micronova

Segundo os pesquisadores, as micronovas são extremamente poderosas, mas pequenas em escalas astronômicas. Isso porque são muito menos energéticas do que as explosões estelares conhecidas como novas, que os astrônomos conhecem há séculos. Ambos os tipos de explosões ocorrem em anãs brancas, estrelas mortas com massa semelhante à do nosso Sol, mas tão pequenas quanto a Terra.

Micronovas são explosões semelhantes às novas, mas menores em escala e mais rápidas, durando apenas algumas horas. Eles ocorrem em algumas anãs brancas com fortes campos magnéticos, que canalizam material para os polos magnéticos da estrela. “Pela primeira vez, vimos que a fusão de hidrogênio também pode acontecer de forma localizada. O combustível de hidrogênio pode estar contido na base dos polos magnéticos de algumas anãs brancas, de modo que a fusão só acontece nesses polos magnéticos”, disse Paul Groot, astrônomo da Universidade Radboud, na Holanda e coautor do estudo.

Fontes
ESO
Imagens
ESO/M. Kornmesser, L. Calçada/Divulgação