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"Atlântida da Austrália": continente perdido poderia abrigar milhares de humanos 

Grande massa terrestre existiu na Oceania durante a Era do Gelo, há 70 mil anos
Por History Channel Brasil em 18 de Janeiro de 2024 às 16:11 HS
"Atlântida da Austrália": continente perdido poderia abrigar milhares de humanos -0

Uma nova pesquisa revela segredos de um continente perdido que existiu na Oceania há cerca de 70 mil anos. Batizada de Sahul, essa massa terrestre do Pleistoceno (Era do Gelo) ligava as regiões que atualmente compreendem a Austrália, a Tasmânia e a Nova Guiné. De acordo com um novo estudo, publicado no periódico Quaternary Science Reviews, o local pode ter abrigado até meio milhão de humanos.

Grande extensão de terra

Segundo os pesquisadores, essa “Atlântida” australiana compreendia uma grande extensão de plataforma continental que, quando ficava acima do nível do mar, ligaria as regiões de Kimberley e Arnhem Land, hoje separadas por uma grande baía oceânica. A modelagem demográfica da equipe indica que essa plataforma, que hoje está submersa, poderia ter abrigado potencialmente populações que variam de 50 mil a 500 mil pessoas em vários momentos.

Continente perdido de Sahul
Continente perdido de Sahul (Imagem: Universidade Griffith/Divulgação)

“É importante ter em mente que não estamos falando de números populacionais reais, é apenas uma questão de projetar a capacidade de suporte desse território”, disse Kasih Norman, líder do estudo e pesquisadora da Universidade Griffith, na Austrália. "Estamos basicamente dizendo que poderia ter havido esse número de pessoas”, explicou ela ao site Live Science. 

No entanto, os rápidos aumentos globais do nível do mar entre 14.500 e 9.000 anos atrás resultaram na rápida inundação de aproximadamente 50% da Plataforma Noroeste, causando mudanças profundas na região. Esses eventos provavelmente desencadearam o recuo das populações humanas à frente da costa invasora, evidente em picos de intensidade ocupacional em sítios arqueológicos em Kimberley e Arnhem, e no súbito aparecimento de novos estilos de arte rupestre distintos em ambas as regiões.

Fontes
Live Science e Universidade Griffith
Imagens
iStock