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Nazistas consolidam perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha

Por History Channel Brasil em 20 de Abril de 2020 às 16:49 HS
Nazistas consolidam perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha-0

Em 24 de abril de 1933, os nazistas consolidaram sua política de perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha. Naquele dia, as forças de Adolf Hitler em Magdeburgo fecharam o escritório da Sociedade Torre de Vigia (entidade responsável por gerenciar e difundir os preceitos da religião). Os fiéis eram perseguidos por se recusarem a prestar serviço militar e por não fazerem a saudação ao führer.

Entre 1933 e 1945, cerca de 10 mil Testemunhas de Jeová - metade do número de membros na Alemanha durante esse período - foram presos. Desses, 2 mil foram enviados para campos de concentração nazistas, onde eram identificados por triângulos roxos costurados em seus uniformes. Cerca de 600 morreram sob custódia, incluindo 250 que foram executados. Foi a primeira denominação cristã banida pelo governo nazista e a mais intensamente perseguida.

As Testemunhas de Jeová estavam presentes na Alemanha desde 1902. Os membros dessa religião, conhecidos como "Bibelforscher", ou Estudantes da Bíblia, atraíram oposição desde o fim da Primeira Guerra Mundial, com acusações de que eram bolcheviques, comunistas e secretamente judeus.  A partir de 1922, Estudantes da Bíblia alemães passaram a ser presos por distribuir material referente à religião. Entre 1927 e 1930, quase 5 mil acusações foram feitas contra membros do movimento e, embora a maioria tenha terminado em absolvições, algumas sentenças severas também foram proferidas. 

Com a chegada dos nazistas ao poder, o grupo sofreu uma crescente perseguição governamental, sendo que muitos fiéis perderam empregos e seus filhos foram expulsos de escolas devido à sua fé. Ao contrário dos judeus e romanis, que foram perseguidos com base na sua etnia, as Testemunhas de Jeová poderiam escapar da perseguição caso renegassem suas crenças religiosas, assinando um documento afirmando que renunciavam à fé, além de se comprometer em apoiar os militares e se submeterem à autoridade estatal alemã.  

A partir de 1930, aumentaram os pedidos de intervenção estatal contra os Estudantes da Bíblia. Em 28 de março de 1931, foi emitido o Decreto de Resistência aos Atos Políticos de Violência, que previa ações a serem realizadas contra organizações religiosas e instituições consideradas mal intencionadas. A Baviera se tornou o primeiro estado alemão a proibir e confiscar todas as publicações dos Estudantes da Bíblia. Um segundo decreto ampliou a proibição para outros estados alemães.


Imagem: Coreyjo, via Wikimedia Commons