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5 esportes que não fazem parte dos Jogos Olímpicos (ainda)

Por History Channel Brasil em 12 de Agosto de 2016 às 10:24 HS
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Por que o críquete, segundo esporte mais praticado no mundo, não está nas Olimpíadas? E o MMA? E o squash? Confira 5 esportes que ainda não integram os jogos, mas seguem tentando.

No mundo inteiro, atletas de elite sonham em aparecer nos Jogos Olímpicos. Mas, para que o evento possa ser administrável, nem todo esporte é incluído. O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem critérios rigorosos para avaliar modalidades em potencial, que vão desde a história e a tradição do esporte até seus procedimentos antidoping.

Todos os cinco esportes abaixo possuem muitos adeptos no mundo inteiro e alguns tiveram, inclusive, uma aparição relâmpago na história olímpica. Mas nenhum deles chegou a virar um esporte olímpico – pelo menos até o momento.

1) Críquete
Você já deve ter ouvido falar do críquete. Um esporte tipicamente britânico, ele era praticado pela realeza inglesa ainda no século XIV. As regras oficiais do esporte são estabelecidas pelo Marylebone Cricket Club, fundado em 1787, em Londres. Apesar de relativamente desconhecido em grande parte do mundo, o críquete é o segundo esporte mais popular do mundo (depois do futebol), com 2,5 bilhões de fãs.

Esse número impressionante se deve em grande parte à sua predominância no densamente povoado subcontinente indiano, mas ele também é apreciado na Inglaterra, Ásia e Austrália. Além disso, possui um público crescente em outros países, graças, em parte, à recente introdução de um formato de jogo novo e mais curto, de 3 horas.

Todavia, apesar de sua enorme base internacional de fãs, o críquete não faz parte das Olimpíadas. Ele foi incluído no programa original dos primeiros Jogos modernos, em 1896, mas retirado devido à falta de participantes. Em seguida, em 1900, uma equipe de jogadores britânicos de críquete jogou contra a União Francesa de Esportes Atléticos (quase inteiramente composta por membros da equipe da embaixada britânica) em Paris durante os Jogos Olímpicos de Verão, que, na época, eram considerados parte da Exposição Mundial. Doze anos depois, a partida foi retroativamente reconhecida como um evento oficial dos Jogos de 1900.

2) Squash
O squash também possui um pedigree puramente britânico. Ele foi inventado em um internato inglês de prestígio por volta de 1830, quando estudantes começaram a jogar um esporte de quadra coberta com raquetes conhecido como “rackets”, com uma bola furada.

Ele se tornou um esporte em si em 1864, e sua popularidade disparou. Com início nos meados do século XX, jogadores do Egito e do Paquistão, assim como da Grã-Bretanha, dominaram o topo dos rankings de squash e o jogo também decolou nos EUA e na Austrália. Hoje, 17 milhões de pessoas em cerca de 190 países jogam o esporte de raquete e quadra fechada, o qual a revista Forbes considerou como o esporte mais saudável do planeta em 2007.

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A modalidade foi incluída nos Jogos da Commonwealth, nos Pan-Americanos e nos Jogos Asiáticos – mas não nos Olímpicos. A World Squash Federation (WSF) tem feito campanhas para que o squash seja incluído no programa olímpico desde os Jogos de Barcelona, em 1992. Em 2005, quando o COI votou pela eliminação do beisebol e do futebol nos Jogos de Londres, o squash e o karatê – outro esporte não olímpico imensamente popular – foram selecionados como possíveis substitutos.

No entanto, nenhum deles recebeu a maioria dos dois terços de votos necessária para que fossem incluídos, e os Jogos de 2012 aconteceram com um número reduzido de provas – o futebol, contudo, continuou no programa. Tanto o squash quanto o karatê fizeram campanha por uma vaga nos Jogos do Rio deste ano, mas perderam para o rúgbi de sete e o golfe. Em Tóquio, em 2020, também já foi definido que o squash estará fora das competições.

3) Boliche
Poucos esportes têm uma história tão longa e rica quanto o boliche. Acredita-se que os egípcios antigos praticavam uma forma primitiva do jogo e que ele era popular na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII. Nos tempos modernos, o boliche de 10 pinos é um dos esportes mais populares do mundo, com um número estimado de 100 milhões de jogadores em todo o planeta.

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Em 1979, o COI reconheceu oficialmente a Fédération Internationale des Quilleurs como o órgão responsável pelo boliche, e, desde então, a organização tem feito lobby para que o boliche integre os Jogos Olímpicos. Em 1988, o boliche chegou muito perto de cumprir seu sonho olímpico, quando foi incluído como um esporte de demonstração nos Jogos de Seul. No entanto, somente 20 nações participaram e a competição recebeu pouca cobertura da mídia por seu status demonstrativo. Coreia do Sul, Cingapura e Finlândia ganharam, respectivamente, as medalhas de ouro, prata e bronze na prova masculina de boliche daquele ano, enquanto Filipinas, Japão e Finlândia terminaram em 1º, 2º e 3º na feminina.

Desde então, o boliche nunca mais retornou aos Jogos Olímpicos. A modalidade concorreu novamente para os Jogos de Tóquio em 2020, mas perdeu para o surfe, karatê, skate, beisebol e escalada.

4) Xadrez
Assim como o boliche, muitas pessoas podem ver o xadrez como um jogo ou recreação em vez de um verdadeiro esporte. Mas não o COI, que reconheceu oficialmente o xadrez como um esporte ainda na década de 1920. Pretendia-se originalmente incluí-lo nos Jogos de Paris, em 1924, mas isso acabou não acontecendo devido a dificuldades em diferenciar os jogadores profissionais dos amadores.

Desde então, o xadrez não apareceu nos palcos olímpicos, apesar dos lobbys esforçados da Federação Mundial de Xadrez, cujo presidente uma vez chamou o esporte olímpico de inverno curling de “xadrez no gelo”. O órgão conseguiu ainda estabelecer testes antidoping nas competições, de modo que o xadrez estivesse em conformidade com as regras do COI, mas sua inclusão continua indefinida.

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Enquanto isso, o xadrez possui sua própria Olimpíada – a Olimpíada de Xadrez, que conta com mais países participantes que os Jogos Olímpicos de Inverno. Em 2014, participaram 172 nações em Tromsø, na Noruega. Na Olimpíada de Istambul, 2012, o competidor mais jovem tinha 10 anos.

5) Artes Marciais Mistas (MMA, na sigla em inglês)
Do esporte olímpico com menor potencial de violência ao maior: as artes marciais mistas, ou MMA, também possui muitos seguidores no mundo inteiro, desde Brasil, EUA, Canadá e Reino Unido a Japão, Tailândia e Austrália.

O MMA também conta com uma federação recentemente criada, o que é um passo crucial no caminho para um possível status olímpico. Mas ele sofre por sua reputação violenta – o senador John McCain chegou a chamá-lo de “briga de galo humana” – e seu estilo sem limites não está muito de acordo com a ênfase olímpica na segurança dos atletas, que pode ser traduzida nos capacetes acolchoados para os boxeadores e a forte proteção para os lutadores de taekwondo.

De certa forma, o MMA estaria mais compatível com os Jogos Olímpicos da Antiguidade, na Grécia, no qual os competidores lutavam ferozmente – algumas vezes até a morte – em esportes como o boxe, a luta livre e o pancrácio (uma espécie de MMA ancestral que combinava técnicas de boxe e luta livre e tinha pouquíssimas regras).

Esses esportes têm uma história olímpica ainda maior que algumas das modalidades mais populares da atualidade, como a natação e a ginástica. Mesmo assim, será uma batalha árdua para o MMA conseguir um espaço nas Olimpíadas.


Imagem críquete: Rosli Othman/Shutterstock.com
Imagem squash: CHEN WS/Shutterstock.com
Imagem boliche: Pavel L Photo and Video/Shutterstock.com
Imagem xadrez: Sergey Peterman/Shutterstock.com