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Como as fezes de antas podem ajudar a reflorestar áreas desmatadas da Amazônia

Por History Channel Brasil em 23 de Maio de 2020 às 10:17 HS
Como as fezes de antas podem ajudar a reflorestar áreas desmatadas da Amazônia-0

A ação do homem é uma das maiores ameaças à Amazônia. Em abril de 2020, a região sofreu o maior desmatamento dos últimos dez anos. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), no período foram derrubados 529 km² da floresta. Uma solução para tentar reverter esse quadro de degradação ambiental tem fonte surpreendente: fezes de antas.

Uma pesquisa liderada pelo biólogo Lucas Paolucci, da Universidade Federal de Lavras (MG) revela que os dejetos das antas possuem grande potencial para contribuir com o reflorestamento de áreas degradadas pela ação humana. O motivo está relacionado aos hábitos alimentares do animal. A espécie possui alimentação baseada em frutas, brotos e folhas. 

De acordo com os pesquisadores, as sementes ingeridas pelas antas são expelidas em suas fezes e, com o tempo, tendem a florescer. Por ser um animal grande e caminhar bastante, a anta realiza a dispersão de sementes por uma longa extensão territorial. Os cientistas também perceberam que esses animais preferem circular justamente por lugares degradados, passando a maior parte do tempo nesses terrenos. Por isso, os pesquisadores consideram que as antas possuem grande potencial para auxiliar no reflorestamento natural. 

Outra espécie que pode contribuir com a tarefa de recuperar a Amazônia são os besouros, que se alimentam das fezes das antas. Esses insetos podem complementar a distribuição das sementes contidas nos excrementos, levando-as para ainda mais longe. Lucas Paolucci atualmente está estudando o papel desempenhado pelos besouros nesse processo. Ele espera publicar os resultados em 2021.

Apesar da importância das antas para o equilíbrio ambiental, a população desses animais tem diminuído. A anta-brasileira é classificada como espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). 


Fontes: Science News e Universidade Federal de Lavras

Imagem: Shutterstock.com