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Descoberta de templo de 3 mil anos em Israel contradiz a Bíblia

Por History Channel Brasil em 09 de Fevereiro de 2020 às 10:15 HS
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A descoberta de um templo monumental datado do final do século X e início do século IX a.C. surpreendeu arqueólogos em Israel. A existência do complexo, situado onde ficava a antiga cidade de Moza, contradiz textos bíblicos que abordam aquele período. De acordo com a Bíblia, locais de adoração que competissem com o Templo de Salomão, em Jerusalém, eram proibidos. Então, o que pode explicar o funcionamento do local?


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De acordo com arqueólogos da Universidade de Tel Aviv e da Autoridade de Antiguidades de Israel, o templo sobreviveu às reformas religiosas colocadas em prática pelos reis Ezequias e Josias nos séculos VII e VIII a.C. Foram esses governantes que proibiram a existência de outros locais de culto, além do Templo de Salomão (também conhecido como Primeiro Templo). Com a medida, vários outros templos acabaram destruídos. Apesar disso, os estudiosos afirmam que o templo de Moza continuou a ser utilizado até a destruição do Reino de Judá pelos babilônios, em 586 a.C.

No templo de Moza foram encontrados artefatos como estatuetas em forma humana e de cavalos, um altar e uma mesa sacrificial de pedra, além de uma cova cheia de cinzas e ossos de animais. "Poderia realmente existir um templo monumental no coração de Judá, nos arredores de Jerusalém? Jerusalém sabia disso?", questiona a pesquisadora Shua Kisilevitz. A descoberta sugere que, apesar das narrativas bíblicas que descrevem as reformas de Ezequias e Josias, havia outros templos funcionando na região, além do templo oficial em Jerusalém.

Anteriormente, pesquisadores haviam descoberto ruínas de templos destruídos após as reformas dos reis em Tel Arad e Tel Be'er Sheva. O professor Oded Lipschits acredita que a razão para isso é que nesses dois locais havia fortalezas militares diretamente subordinadas ao rei, enquanto o rei não poderia impor sua vontade em Moza. Isso porque a cidade contaria com um governante relativamente forte que teria conseguido manter a independência religiosa de Jerusalém.

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Fontes: Haaretz e Universidade de Tel Aviv

Imagens: Clara Amit/Autoridade de Antiguidades de Israel