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29 / Agosto / 1958
25 / Junho / 2009

Michael Jackson

Por History Channel Brasil em 18 de Maio de 2017 às 18:09 HS
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BIOGRAFIAS

Michael Jackson foi um cantor, compositor, dançarino, produtor musical (1958-2009)

Chamado de “Rei do Pop”, o cantor e compositor Michael Jackson nasceu em Gary, Indiana, nos EUA, em 29 de agosto de 1958. Quando criança, foi o cantor principal do Jackson 5, o grupo de sua família. Com sua carreira solo, Michael se tornou uma das maiores estrelas pop de todos os tempos. Em 2009, sua morte gerou controvérsia e foi, posteriormente, considerada homicídio por parte de seu médico.

Michael Joseph Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958 em Gary, Indiana, de uma família afro-americana da classe trabalhadora. Seu pai, Joseph Jackson, trabalhava como operador de guindaste para sustentar sua família. Acreditando que seus filhos possuíam talento, ele formou um grupo no final dos anos 60, com Michael e seus irmãos, o Jackson 5. Michael era o cantor principal e impressionava as plateias com seu talento e sua voz de grande alcance.


Pai violento

Nos bastidores, Joseph Jackson, também empresário da banda, era conhecido por ser violento e levar seus filhos até o limite, obrigando-os a passar horas ensaiando e aperfeiçoando seus números. O grupo foi crescendo aos poucos e começou a abrir os shows de artistas de R&B como Gladys Knight, James Brown e Sam and Dave, até finalmente assinar com o selo Motown em 1968, após deixar seu fundador, Berry Gordy, impressionado. Nos anos seguintes emplacaram hits número 1 como “I Want You Back”, “ABC”, “The Love You Save” e “I’ll Be There”.

Aos 13 anos, Jackson lançou uma carreira solo paralelamente ao Jackson 5. Seu primeiro hit foi “Got to Be There”. Seu disco de 1972, “Ben”, continha a balada de mesmo nome sobre um rato, que se tornou o seu primeiro single número 1. Michael continuou a fazer turnês grandes com o Jackson 5, que se tornava cada vez mais famoso, chegando até a ganhar um desenho na TV, de 1971 a 1973.

Por causa de atritos entre Berry Gordy e Joseph Jackson, o grupo acabou rompendo com a Motown em 1975 e passou a se chamar The Jacksons, assinando um novo contrato com a Epic Recordings. Com o álbum “Destiny”, de 1978, Michael e seus irmãos começaram a escrever as músicas e se revelaram compositores talentosos. Trabalhando com o produtor Quincy Jones, Michael sacudiu o mundo com seu disco solo seguinte, “Off the Wall” (1979), contendo faixas de grande sucesso como "Rock with You”, a faixa-título, “She’s Out of My Life” e a vencedora do Grammy “Don’t Stop ‘til You Get Enough”. A recepção bastante positiva de “Off the Wall” ajudou também na carreira do The Jacksons, que vendeu 1 milhão de cópias com “Triumph” (1980). Em seguida, os irmãos partiram para uma longa turnê para divulgar o disco. Michael, no entanto, começou a focar mais na sua carreira solo e lançou um dueto com Paul McCartney em 1982, com o hit “The Girl Is Mine”.


“Thriller”

A música fez parte também do álbum “Thriller” (1982), que gerou sete músicas a entrar no Top 10 das mais tocadas e se tornou o álbum mais vendido de todos os tempos. Em um especial para a TV, em homenagem a Motown, Michael cantou “Billy Jean” – um hit número 1 naquele momento – e lançou o seu famoso passo de dança “Moonwalk”. Para a faixa-título do álbum, o artista lançou um clipe que foi uma revolução na época, com seus números de dança complexos, sua maquiagem e seus efeitos especiais. 

Dirigido por John Landis e narrado pelo ator Vincent Prince, o vídeo foi um megassucesso, impulsionando mais ainda as vendas de “Thriller”. O single ficou por 80 semanas nas paradas, sendo 37 destas em primeiro lugar. Além de seu sucesso comercial sem precedentes, a faixa foi indicada a 12 Grammys, ganhando 8. Em um deles, Jackson dividiu o prêmio de Melhor Álbum do Ano com seu coprodutor, Quincy Jones.


Auge

Eu apenas queria ter uma aparência melhor, viver melhor e ser mais saudável.

No auge de sua carreira criativa e comercial, Michael assinou um contrato publicitário com a Pepsi de 5 milhões de dólares. No entanto, ele foi gravemente ferido enquanto filmava um comercial para o gigante dos refrigerantes, sofrendo queimaduras no seu rosto e no couro cabeludo. Ele teve que passar por uma cirurgia e acredita-se que tenha começado a fazer plásticas nessa época. Seu rosto, e especialmente seu nariz, seria drasticamente modificado nos anos seguintes. Em 1985, Michael mostrou seu lado altruísta ao cantar e coescrever “We Are the World”, uma música para arrecadar fundos ao USA Africa. Ele a gravou ao lado de pesos-pesados da música pop como Lionel Ricthie, Ray Charles, Bob Dylan, Willie Nelson, Bruce Springsteen e Tina Turner.

O sucessor de “Thriller” veio em 1987, com “Bad”, que também chegou ao topo das paradas, com cinco faixas no. 1, incluindo “Main in the Mirror”, The Way You Make Me Feel” e a faixa-título, que teve um clipe dirigido por Martin Scorsese. Michael passou mais de um ano na estrada, fazendo shows para promover o disco, que, embora tenha alcançado grande sucesso, não foi capaz de reproduzir as vendas fenomenais de “Thriller”. 

Criado como testemunha de Jeová, Michael era uma pessoa tímida e introspectiva. Ele nunca se sentiu confortável com toda a atenção recebida da mídia e raramente dava entrevistas. No final dos anos 80, criou o seu retiro de fantasia – um rancho na Califórnia chamado Neverland.  Nessa época, começaram os rumores que ele estava clareando a pele para parecer branco e dormindo em um quarto especial para aumentar seu tempo de vida. 


“Black and White”

Em 1991, lançou o LP “Dangerous”, contendo o hit “Black and White”. O clipe da música tinha participação do ator mirim Macaulay Culkin e foi dirigido novamente por John Ladis. Seus minutos finais, entretanto, causaram controvérsia por causa dos gestos sexuais e violentos de Michael. 

Sua música continuou a ter grande sucesso mundial nos anos seguintes. Em 1993, ele se apresentou em eventos importantes, incluindo o programa de intervalo do Superbowl XXVII. Ele também deu uma rara entrevista na TV para Oprah Winfrey, na qual explicava que a mudança do tom de sua pele era resultado de uma doença chamada vitiligo e falou sobre os abusos que sofria de seu pai na infância. 


Acusações de abuso sexual infantil

Não me tratem como um criminoso, porque eu sou inocente!

Nesse mesmo ano, surgiram as primeiras acusações de abuso sexual infantil contra ele – um menino de 13 anos declarou que Michael o havia acariciado. Ele era conhecido por promover festas do pijama com meninos no rancho Neverland, mas essa foi a primeira acusação pública de um comportamento errado. No ano seguinte, Michael resolveu o caso fora dos tribunais com a família do menino. Outras acusações vieram, mas ele manteve sua inocência.

Em agosto de 1994, Michael anunciou que havia se casado com Lisa Marie Presley, a filha de Elvis Presley. No entanto, a união teve pouco tempo e eles se divorciaram em 1996. Na época, houve rumores que o casamento foi uma jogada publicitária para recuperar a imagem pública do cantor, após as acusações de abuso sexual infantil. Naquele mesmo ano, Michael se casou com a enfermeira Debbie Rowe, com quem teve dois filhos por inseminação artificial – Michael Joseph “Prince” Jackson Jr. nascido em 1997, e Paris Michael Katherine Jackson, nascida em 1998. Os dois se divorciaram em 1999, e Michael ficou com a guarda das crianças. Ele teve o seu terceiro filho, Prince Michael “Blanket” Jackson II com uma mãe desconhecida. 


Decadência

A carreira musical do artista começou a decair com as recepções mornas de “HIStory: Past, Present and Future, Book I” (1995), que continha alguns de seus hits de início de carreira e músicas novas, como “You are Not Alone” e seu dueto com a irmã Janet Jackson, “Scream” que lhes rendeu um Grammy de Best Music Video Short Form (o clipe foi o mais caro da história, custando 7 milhões de dólares). A faixa “They Don’t Care About Us” trouxe fortes críticas a Michael por utilizar um termo antissemita.

Em 2001, época do lançamento de “Invincible”, Michael era mais conhecido por sua personalidade excêntrica, cujas idiossincrasias eram motivos de manchetes em tabloides. O álbum vendeu bem, mas suas esquisitices começaram a sobrepujar seu talento – ele apareceu algumas vezes em público com uma máscara cirúrgica e escondia o rosto de seus filhos com véus. Em 2002, chamou a atenção por parecer confuso e desorientado no palco do MTV Awards. Em seguida, recebeu muitas críticas por colocar seu filho Prince Michael II para fora da janela de um hotel em Berlim, enquanto saudava os fãs. 


Novas acusações de abuso infantil

Sua reputação sofreu outro revés em 2003 quando o jornalista britânico lançou um documentário na TV chamado “Vivendo com Michael Jackson”. Nele, o cantor afirmava que continuava levando crianças para dormir no seu rancho e que, às vezes, dormia com elas em sua cama. No ano seguinte, ele sofreu dez acusações de abuso sexual infantil de um menino de 13 anos e foi julgado, com enorme repercussão, em 2005. Michael foi inocentado, mas viu sua reputação ser destruída e suas finanças em frangalhos. 


Dívidas e dívidas

Tudo que eu canto tem certo sentido. Eu não canto se não fizer sentido.

Com muitas dívidas, o cantor já não possuía conta bancárias e era incapaz de pagar até suas despesas mais básicas. Ele acabou encontrando refúgio na amizade do príncipe de Bahrain, Salman bin Hamad bin Isa Al Khalifa, que emprestou a Michael o dinheiro de que ele necessitava para pagar as contas de Neverland e mais 7 milhões de dólares. Em troca, o cantor prometeu colaborar no próximo disco do príncipe, escrever sua biografia e uma peça de teatro. 

Por não cumprir o acordo, ele sofreu um processo de seu amigo e não pagou um empréstimo de $23,5 milhões ao Neverland, em 2008, o que acarretou em um leilão de seus bens. Nessa época, ele anunciou que faria uma série de shows em Londres. Houve dúvidas se sua saúde frágil lhe permitiria fazer 50 shows, mas os planos continuaram e todos os ingressos da turnê “This Is It”, que começaria em 8 de julho na O2 Arena, foram esgotados em apenas quatro horas.


Morte repentina

Contudo, Michael Jackson não pôde ver o sucesso antecipado dos shows materializado: em 25 de junho de 2009, sofreu uma parada cardíaca em sua casa, em Los Angeles. O cantor foi levado às pressas ao hospital, mas não resistiu e foi declarado morto naquela manhã, com 50 anos de idade. A causa teria sido uma overdose de drogas legais, dadas por seu médico, Dr. Conrad Murray. Em 12 de julho, foi realizado um show em sua homenagem, com 17,5 mil ingressos dados aos fãs e um número estimado de 1 bilhão de espectadores online e na TV. 

A Família Jackson fez um funeral privado em 3 de setembro, também em Los Angeles, para a família e mais 200 convidados, incluindo Macaulay Caulkin, sua ex-mulher Lisa Marie Presley e a atriz Elizabeth Taylor. Seus filhos ficaram sob a guarda da avó, Katherine Jackson. Dr. Conrad Murray foi condenado por homicídio culposo em 2011, recebendo uma sentença de 4 anos.

 


Imagem: Zoran Veselinovic [CC BY-SA 2.0], via Wikimedia Commons